Onde anda você?

Perdi teu rastro 
Mas fiquei com nossos destroços
O triste poente da despedida
Quatro ossos, uma semente
O cravo colhido no mato
Um astro sem brilho
Um incenso
A caneta vazia
Tua voz 
Ausência

Ah! Para te rever, eu daria
Todas as flâmulas tremuladas nestes anos de jornada
Minha coleção de sonhos e as invenções anotadas
O jogo de montar cidades imaginárias
Eu iria às estações lunares
Às cavernas mais profundas
E tornaria com o alforje repleto de anêmonas e vagalumes
Para enfeitar a festa do nosso reencontro
Que tarda
Que tarda
Que tarda

Um comentário:

CESAR CRUZ disse...

Esta está ainda melhor do que o poema parônimo (Onde mora a morte). Sinceramente eu não tenho conhecimento técnico para avaliar poesia, sou, portanto, um Esteves sem metafísica. Porém, como todo o Esteves, eu sinto. E talvez, por ser Esteves, sinta ainda mais do que um envernizado de saber.

O que sei é que este Onde anda você?, é poema de alto pedigree emocional!

Adorei. O poria entre os seus 5 melhores.

Cesar