Algo cresce
Na sombra, sob os viadutos
Para onde varremos o lixo
Urbano (humano)
Cresce no metro abarrotado
No silêncio em que teclamos
No barulho dos fones de ouvido
No cansaço do retorno às nossas casas suburbanas
Cresce e é impulsionado
Pelas mentiras que nos arremessam na cara
E que soam bofetadas
Cresce e é adubado pelo miserável salário
Algo progride sem que saibamos
Exatamente
O motor de sua expansão
A química de sua reprodução
O furor de seu crescimentos
Parece que se esconde
Para se preservar
Para que não o reconheçamos
Para que prospere livre
Até o final momento
Em que se apresente
Em toda sua força
Poder e glória
Nenhum comentário:
Postar um comentário