Muro no rumo

Embora viaje
Países, cidades
De mim, não saio
Na geografia percorro
Mapas, itinerários
Mas, sina, não me movo
Do si, mesmo
Estacionado aqui
Reclamo e insulto
Pedi ser muitos
Mas, pouco, sou

Corro, feito louco
Dobro a esquina e me deparo
Comigo, à espreita
A me observar
Dentro do oco
Corpo onde moro
Não desgrudo
Junto, uno

Apenas no deserto
Os fantasmas
Não assombram

Lentos, enormes vermes arrastam
Facas que furam e vazam pústulas
Neutro, o movimento
Aprisionado na jaula da alma
O animal homem urra
E o espírito, cala-se

Perdi-te
Para
Ter-me
Entendes?

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