A noite se escondeu dentro de mim
E não a encontro
Ela não deixa rastro
Atrás de um trapo da memória
Quem sabe ela se aloja
Fugidia como rato
Impalpável como sombra
Não a vejo
Mas a sinto
Seu sopro úmido
Esfriando os dias
Suas luvas lilases
Seu toque de veludo
Me tomando pelas mãos
Caminhando ao meu lado
Velada
Velada
Por suas aleias
E labirintos
Procuro pela noite
Escondida nos ocos
Nos ecos da infância
Na solidão desta hora inteira
Deste dia
Preciso encontra-la
Olha-la de frente
Por alguma fresta
Por alguma fresta
Com meus olhos verdes
O brilho que resta
De alguma festa
Se permanece oculta
Só cresce
Expande
As estrelas que tombam
O sol que explode
E o breu que se aprofunda
E o silêncio noturno
Não peço ajuda
Embora assustado
A noite me ampara
Seu amor que apavora
Seu hálito que envolve
E basta
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